Queimando o meio
2 de março de 2017
Luiz Artur Ferraretto
Há uma palavra sendo perigosamente utilizada por várias
emissoras de rádio no Brasil. Trata-se de “reposicionamento”. A rádio troca o
slogan. Lá vem a informação de que está se reposicionando. A rádio altera o
horário de uma ou outra atração. Aparece a dita cuja de novo. Um programa é
lançado no lugar de outro. Mais uma vez, alguém exclama: “Reposicionamento!”.
De fato, sem mudar o formato da programação e sem alterar o
segmento para o qual esta emissora se volta, não existe reposicionamento algum.
A rádio, ilusoriamente, usa a palavra para chamar a atenção das agências e dos
anunciantes. Nem dos ouvintes se trata, já que estes fogem de palavrório vazio
como o diabo da cruz.
Neste processo, o rádio como meio vai se prejudicando. As
agências e os anunciantes, ao se darem conta de que o tal
re-po-si-cio-na-men-to é mais do mesmo, tendem a olhar atravessado para futuras
ofertas, mesmo que consistentes, de conteúdo radiofônico, queimando, no
somatório, o meio.
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