O Paradão Nacional, de Celso Ferreira, na Gaúcha
2008
Luiz Artur Ferraretto


Celso Ferreira (1974)
Fonte: Hoje, Porto Alegre, 7 nov. 1974. p. 28.

Durante 15 anos, de 1968 a 1983, quando o rádio em amplitude modulada ainda toca muita música, os hits mais populares fazem a alegria dos ouvintes de Porto Alegre no Paradão Nacional, de Celso Ferreira, na Gaúcha. Só o nome do programa dito pelo apresentador com um vozeirão de dar inveja já chama a atenção dos ouvintes. A atração, no entanto, são as diversas participações de comunicadores de todo o país. Para o programa, gravam por telefone radialistas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo, apontando a música mais executada nas suas cidades. Fora isto, a produção realiza uma pesquisa nas lojas de discos de Porto Alegre. Assim, é montada uma parada de sucessos com 15 a 18 canções apresentadas por Celso Ferreira, em um primeiro momento, nos domingos das 11h15 às 12h45.

– Eu queria fazer uma coisa diferente. Parada de sucesso todo mundo tinha. Nos sábados de manhã, eu era o plantão, como assistente do Ismael Fabião, na época, o gerente de programação. O programa era ao vivo, mas eu queria fazer uma coisa diferente, não o que todo mundo fazia. Pensei e comecei. Pedi umas ligações para a telefonista. Ela ligou para a Rádio Diário da Manhã, de Florianópolis: “Escuta, tu podes dar a informação das mais vendidas pra mim aqui, do programa Paradão Nacional?”. Liguei pra Rádio Nacional. Depois, parti pra Rádio Bandeirantes, a Itatiaia, em Belo Horizonte... Em Curitiba, Paraná, eu tinha um amigo, o Gilberto da Rádio Independência. Eu fazia o Paradão ao vivo, mas eram ligações gravadas no sábado.

Por sugestão do fundador da RBS, Maurício Sirotsky Sobrinho, o comunicador começa a usar músicas conhecidas para identificar os vários pontos do país abrangidos pelo Paradão Nacional. A voz característica de Celso Ferreira anuncia:

– E, agora, no Paradão Nacional, Rio de Janeiro...

Entra a conhecida Cidade Maravilhosa e, na sequência, o comunicador da vez, de uma rádio carioca, anunciando a música que roda complementando a fala. Com este esquema repetindo-se ao longo do Paradão, é como se cada ouvinte viajasse pelas capitais do país. Coisa que só o rádio e seu impacto de falas, sons e canções pode proporcionar. Hoje ou em uma manhã de domingo de duas ou três décadas atrás.

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