Entrevistador não pode
ser antagonista do entrevistado
29 de janeiro de 2016
Luiz Artur Ferraretto
Do meu livro Rádio - Teoria e Prática (p. 182), a respeito da entrevista:
(6) Ao entrevistador, cabe o papel de
condutor deste contato pessoal com a fonte. Em nenhum momento, a opinião do
jornalista ou radialista vai se impor à do entrevistado, sobre quem se
concentra o foco de interesse do público. [...]
(7) Frente a qualquer entrevistado seja
respeitoso e cordial, nunca subserviente ou agressivo. Deixe o papel de
investigar para as perguntas que você faz, não para alguma possível autoridade
sua sobre a fonte.
Explicando:
Jornalista e/ou radialista é intermediário.
Jamais pode se tornar antagonista, protagonista ou propagandista de quem é
entrevistado. Fora evidentes problemas éticos, trata-se de assumir uma postura
sem relação com a profissão em si. Em outras palavras, o verdadeiro comunicador
não se coloca como o adversário do entrevistado, como alguém mais importante do
que este ou - pior ainda - como seu apoiador. Quando, no sentido político do
termo, se torna propagandista, deixa de lado o interesse do ouvinte. Passa a
defender os da pretensa fonte e, com certeza, ao bajular esse entrevistado, tem
lá seus interesses pessoais.
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